Este livro começa com uma questão: para onde vamos? É a pergunta (ansiosa) que nos move a todos hoje. Mas sem passado não é possível ensaiar explicações sociais. A história é o ponto de partida essencial da compressão do presente, e da transformação do futuro; “de onde vimos?” é o segundo capítulo deste livro. Termina com uma reflexão sobre relações humanas, costumes, sexo, amor, numa crítica à padronização/mercantilização quase total dos comportamentos sociais, que atingiu níveis inéditos, da alimentação à intimidade... Uma sociedade que não identifica os pontos nevrálgicos dos seus dramas, porque teme as conclusões, não conseguirá sair do retrocesso histórico e está a adiar — e a agigantar — conflitos inevitáveis. Creio que há soluções, este é o eixo deste ensaio, que garantem uma produção racional de bens e serviços, o pleno emprego, o Estado social e o acesso ao lazer para todos. Mas todas as soluções têm problemas. E não se resolvem problemas escamoteando-os, ou omitindo-os, para não incomodar o senso comum, esse enorme balão cheio de nada. Um avião descola sempre contra o vento. |