Angola conheceu, após a independência, um regime de partido único, que controlava de forma muito abrangente e completa as instituições do Estado, e submetia a sociedade civil a uma apertada doutrinação e vigilância. Após o fim da Guerra Civil, deu-se uma transição do sistema monopartidário para um sistema pluripartidário, no quadro de um «autoritarismo competitivo», tendo-se transformado os movimentos de libertação armados em partidos civis. O poder passou a conhecer alguma partilha, com a integração de elementos das oposições nas estruturas do Estado, mormente nas Forças Armadas. Sem que o antigo partido único tivesse deixado de controlar o aparelho de Estado, no entanto, começaram a realizar-se eleições, permitindo às oposições que se organizassem e concorresse sem, contudo, existir completa paridade. Esta obra é uma investigação rigorosa e objetiva, em perspetiva comparada, sobre uma problemática da maior atualidade e importância, que o autor abordou com isenção e profundidade, ajudando-nos a compreender a mudança que, lentamente, se está a operar em Angola desde a assinatura dos acordos de paz entre os movimentos de libertação que se confrontavam militarmente. |