Esta exposição, particularmente difícil de montar pela pluralidade de obras disponíveis e pela quantidade possível de mostrar no Atelier-Museu, foi um momento extremamente desafiante para a equipa do museu, que, de certa forma, trouxe para mais perto não apenas os amigos e retratados pelo pintor, como também o próprio Júlio Pomar. O seu rosto, e sobretudo o seu sorriso, estavam nela reflectidos através dos outros semblantes!A exposição «O desenho impreciso de cada rosto humano, reflectido! Retratos de Júlio Pomar», com curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro, incide sobre o modo como Júlio Pomar pensou o género artístico do retrato ao longo dos mais de setenta anos que compõem a carreira do pintor. A exposição procurou assim reunir retratos de diversas fases de criação, desde o neo-realismo, na década de 1940, até 2018, ano em que morreu. Não sendo possível mostrar, numa só exposição, no espaço do Atelier-Museu, todos os trabalhos realizados neste domínio por Júlio Pomar, procurou seleccionar-se retratos que marcaram a passagem entre «fases» e retratos menos vistos, menos icónicos, por serem abordagens prévias, ou até estudos das obras mais conhecidas. Desse modo, conseguiu abranger-se um maior número de personalidades. |