Designar, com rigor, o fenómeno das promessas aos entes sagrados, nas sociedades hodiernas, caracterizadas pela racionalidade, ciência, tecnologia e uma bem menor influência da religião, poderá parecer, à primeira vista, algo do passado. Só que o estudo destas realidades continua a mostrar que se trata de algo comum entre muitos crentes, independentemente da sua posição perante a prática religiosa. Se reparamos bem, desde tempos de antanho que os humanos se sentem inquietos perante o desconhecido e o misterioso. Admiram a natureza, colocam-se questões acerca da sua existência e tendem a implorar às forças celestes a sua protecção para a vida, mormente em situações que consideram mais preocupantes. Na actualidade, em sociedades mais propícias a proporcionar melhores condições de vida, ainda que continue a haver muitos indivíduos e famílias que estão arredados destas prerrogativas, nem por isso muitos crentes deixam de fazer promessas aos entes sagrados, visando alcançar, por esta via, o que procuram e que consideram não ser acessível por outros meios. Para alguns, estas diligências podem ser mesmo uma maneira de fazer a gestão de muitas circunstâncias da vida. |