O que não hesito chamar amizade, ainda que apenas epistolar, destes dois camaradas de letras iniciou-se, creio, com o envio, por Jorge de Sena, do inquérito sobre André Gide que se destinava e foi publicado em Unicórnio, em Maio de 1951. Quando ou como se conheceram pessoalmente não sei exactamente, mas sei que se dedicaram amizade, respeito e admiração mútua por cerca de 28 anos. Para mim, Eduardo Lourenço começou por ser o Faria, ainda meu contemporâneo na Faculdade de Letras de Coimbra, finalista quando eu, tardiamente caloira, começava a minha via-sacra de aluna voluntária, enquanto ele se desenhava já como diferente dos demais. |